Não Tenho Culpa que a Vida Seja Como Ela É - 2009
“Tragédia, drama, farsa e comédia.” Assim
foi anunciado o início da publicação, em 16 de novembro de 1951, da coluna “A
vida como ela é...”, Nelson Rodrigues atendia ao pedido de Samuel Wainer, dono
do jornal Última Hora, que lhe sugerira retratar com um toque ficcional
histórias que haviam figurado nas páginas do noticiário. No entanto, Nelson fez
mais do que isso, e, ao introduzir suas obsessões nas histórias da “vida real”,
transformou a coluna num prolongamento de suas peças para teatro, que já
naquela época haviam revolucionado o modo como se fazia dramaturgia no Brasil. Não
tenho culpa que a vida seja como ela é reúne 39 textos inéditos de
diferentes fases da série. Entre eles, a crônica que dá título ao livro, em que
Nelson descreve a gênese de “A vida como ela é...” e explica que era o mundo
que lhe impunha os assuntos sobre os quais escrevia: ciúme, inveja, mortes e
traições. Além disso, foram pinçados dois contos assinados por Suzana Flag,
pseudônimo também usado por Nelson em folhetins e colunas de consultório
sentimental.