O brasileiro é um feriado. (O óbvio ululante)
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Nelson Rodrigues
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02/08/2016
Eis a verdade: — a morte parece conferir um especialíssimo manto aos seus eleitos. Não há morto sem importância. (À sombra das chuteiras)
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Nelson Rodrigues
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02/08/2016
Não há nada mais relapso do que a memória. Atrevo-me mesmo a dizer que a memória é uma vigarista, uma emérita falsificadora de fatos e de figuras. (O berro impresso das manchetes)
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Nelson Rodrigues
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02/08/2016
Sem alma não se chupa nem um Chicabon. (O berro impresso das manchetes)
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Nelson Rodrigues
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02/08/2016
Eu diria que, em nossos dias, a televisão matou a janela. (O óbvio ululante)
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Nelson Rodrigues
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02/08/2016
O mesmo livro é um na véspera e outro no dia seguinte. Pode haver um tédio na primeira leitura. Nada, porém, mais denso, mais fascinante, mais novo, mais abismal do que a releitura. (O óbvio ululante)
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Nelson Rodrigues
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02/08/2016
Quem ama conhece todo o inferno da mania de perseguição. (O óbvio ululante)
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Nelson Rodrigues
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02/08/2016
Tudo no Brasil está para ser profetizado. (Brasil em campo)
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Nelson Rodrigues
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02/08/2016
O homem não nasceu para ser grande. Um mínimo de grandeza já o desumaniza. Por exemplo: — um ministro. Não é nada, dirão. Mas o fato de ser ministro já o empalha. É como se ele tivesse algodão por dentro e não entranhas vivas. (O óbvio ululante)
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Nelson Rodrigues
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02/08/2016
A multidão foi inventada pelo Fla-Flu. (O óbvio ululante)
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Nelson Rodrigues
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02/08/2016
O brasileiro gosta muito de ignorar as próprias virtudes e exaltar as próprias deficiências. (À sombra das chuteiras)
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Nelson Rodrigues
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02/08/2016
Hoje, temos um preconceito cardíaco, não sei se justo ou iníquo, contra o barrigudo. (A cabra vadia)
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02/08/2016
De mais a mais, temos a fascinação do escândalo.(A cabra vadia)
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Nelson Rodrigues
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02/08/2016
Naturalmente, o jovem tem o defeito salubérrimo e simpaticíssimo da imaturidade. (A cabra vadia)
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Nelson Rodrigues
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02/08/2016
A beleza interessa nos primeiros 15 dias; e morre, em seguida, num insuportável tédio visual. (A cabra vadia)
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Nelson Rodrigues
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02/08/2016
A pior forma de solidão é a companhia de um paulista. (A cabra vadia)
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02/08/2016
As unanimidades decidem por nós, sonham por nós, berram por nós. (A cabra vadia)
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Nelson Rodrigues
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02/08/2016
Para sobreviver, o intelectual, o santo ou herói precisa imitar o idiota. (A cabra vadia)
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Nelson Rodrigues
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02/08/2016
A toda hora e em toda parte, há íntegros que nos atropelam com a sua integridade, há justos que nos humilham com a sua justiça, há castos que nos ofendem com a sua pureza. Raríssima uma bondade sem impudor. (A cabra vadia)
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Nelson Rodrigues
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02/08/2016
Ah, o Brasil não é uma pátria, não é uma nação, não é um povo, mas uma paisagem. (A cabra vadia)
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Nelson Rodrigues
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02/08/2016
Nelson Falcão Rodrigues nasceu no Recife, em 23 de agosto de 1912, o quinto filho de uma família de catorze. Quando tinha três anos, seu pai, Mário Rodrigues, foi tentar a sorte no Rio de Janeiro, capital da República. O combinado era que tão logo encontrasse trabalho, chamava a família para ir a seu encontro. Maria Esther, sua esposa, não agüentou esperar. Em 1916, empenhou as jóias e mandou um telegrama para o marido, já avisando do embarque naquele mesmo dia. Nelson conta, nas "Memórias" publicadas no "Correio da Manhã", que se não fosse a atitude da mãe, o pai jamais teria permanecido no Rio.