Obras

A Cabra Vadia - 1970

A Cabra Vadia - 1970


“Há coisas que um grã-fino só confessa num terreno baldio, à luz de archotes, e na presença apenas de uma cabra vadia.” Numa época marcada pela radicalização de posições políticas, Nelson Rodrigues era uma voz dissonante na imprensa desabituada à complexidade. Publicava sem temor suas radicais e polêmicas opiniões sobre política, teatro e comportamento. Atacava personagens nos quais via a hipocrisia da época – o “padre de passeata”, a “grã-fina de nariz de cadáver” que faz “pose de socialista” – e não perdoava seus novos e antigos amigos e inimigos: Otto Lara Resende, Hélio Pellegrino, Antonio Callado, Alceu Amoroso Lima, D. Hélder Câmara, Nelson Motta. A cabra vadia traz de volta a seleção feita pelo autor em 1970 das crônicas publicadas em O Globo entre 1967 e 1969. Vemos nessas 84 crônicas uma sinceridade inabalável, que estremece nossas certezas e que fez de Nelson um incômodo para a intelectualidade de 1968. 



Contato
nelsonrodrigues.com.br.
Mail : contato@nelsonrodrigues.com.br
SIGA-NOS
Sobre

Nelson Falcão Rodrigues nasceu no Recife, em 23 de agosto de 1912, o quinto filho de uma família de catorze. Quando tinha três anos, seu pai, Mário Rodrigues, foi tentar a sorte no Rio de Janeiro, capital da República. O combinado era que tão logo encontrasse trabalho, chamava a família para ir a seu encontro. Maria Esther, sua esposa, não agüentou esperar. Em 1916, empenhou as jóias e mandou um telegrama para o marido, já avisando do embarque naquele mesmo dia. Nelson conta, nas "Memórias" publicadas no "Correio da Manhã", que se não fosse a atitude da mãe, o pai jamais teria permanecido no Rio.